Uma história de amor e loucura

O que dizer de um time que foi do inferno ao céu durante um período
mediano.De goleada sofrida em plena casa a protestos da
torcida, o glorioso conseguiu resgatar o direito de se rotular
como o time das glórias.Seja nas mãos de Jéfferson ou na cabeça de
El Loco Abreu, na garra de Herrera ou no talento de caio, o Botafogo
incendiou um império que se pensava entoar amor.
Sabe-se que no futebol não podemos prever o que há de acontecer
dentro das quatro linhas.Num instante tudo pode mudar.O herói vira vilão
e a zebra dá o ar da graça.A zebra é taxada de o animal que dá azar,
mas suas cores estampada numa camisa tantas vezes campeã,
não combinam esse trocadilho.O preto e o branco ganharam ao longo
de sua história, um tom dourado na sua estrela.
Um amor que reinou nos tempos de glória do futebol, onde o esporte era
para muitos, teatro.Na ginga de Garrincha, na maestria de Nílton e na
precisão de Didi, uma história gloriosa era contada.Dribles, gols, festa,
a torcida alvinegra delirava.E como toda a história de amor, em que há
heróis e batalhas sua fama se estende, arrastando, de geração em geração,
milhões de apaixonados.
Diante de um retrato como há muito não se via, aquele louco amor se
equivalia a um verdadeiro império nas arquibancadas.Loucos pelo
Botafogo, cantavam furiosamente por seu time.Jovens, os pequeninos
assistiam o que era um time herói e loucamente apaixonado, elevar a
eterna camisa alvinegra ao lugar que merece, no céu, onde a sua Estrela
diante de tantas outras, permanece Solitária.
Sendo assim, concluímos que o amor justifica a loucura.Mas onde há
império não pode haver amor.Enquanto que a loucura faz do amor
seu trunfo, o imperador se esconde num suposto amor, onde a sua
verdadeira face permanece mascarada, obscura num precipício que
está prestes a ruir.

Tarcio Tavares